MELASTOMATACEAE

Tibouchina hirsutissima Cogn.

CR

EOO:

0,00 Km2

AOO:

8,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie nativa; endêmica do estado do Rio de Janeiro (Baumgratz et al., 2014; Guimarães, 2015); restrita a vegetação de antedunas da Praia do Pontal, entre os municípios de Cabo Frio e Arraial do Cabo (Baumgratz et al., 2014). Espécie teve um aporte de novos dados provenientes das consultas realizadas durante a “Campanha Procura-se” em herbários não digitalizados (Irlete 97; D. Araújo 4735).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Patricia da Rosa
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B2ab(ii,iii)
Categoria: CR
Justificativa:

Endêmica do estado do Rio de Janeiro, a espécie é um arbusto terrícola de ocorrência restrita à vegetação de Restinga do domínio fitogeográfico Mata Atlântica (BFG, 2015), tendo sido coletada na Praia do Pontal, em Arraial do Cabo, e nas dunas adjacentes à estrada que liga os municípios de Cabo Frio e Arraial do Cabo. Apresenta AOO=8 km² e uma situação de ameaça. A principal ameaça incidente é a intensa expansão imobiliária, propulsionada pelo turismo de veraneio, o que acarreta impactos ambientais consideráveis (Dantas et al., 2001). A Região dos Lagos vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental, mas sobretudo por sua vocação para o turismo na orla marítima, o que influenciou toda a infra-estrutura urbana que atualmente ocupa 60% da região de Cabo Frio (Ribeiro e Oliveira, 2009; Bohrer et al., 2015). A exploração de areia para uso na construção civil também exerce forte pressão sobre os hábitats da espécie (Dantas et al., 2001). A vegetação de restinga outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu foi praticamente eliminada nos últimos 20 anos (Leme, 2000). Mesmo a espécie tendo sido citada como abundante por coletores da década de 1970 e 1980, estima-se o declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat, pois as ameaças incidentes transformam e convertem o seu ambiente original de desenvolvimento. Devido à intensa degradação dos seus hábitats e à ausência de registros recentes, suspeita-se sua extinção na natureza. Sugere-se a busca direcionada à espécie.

Último avistamento: 1982
Quantidade de locations: 1
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Fl. Bras. (Martius) 14(3): 356. 1885.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Não

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga
Fitofisionomia: Vegetação de Restinga
Habitats:
Detalhes: Arbusto, terrícola (Guimarães, 2015); de ocorrência em vegetação de Restinga herbácea e arbórea (Baumgratz et al., 2014); segundo os registros de coleta da espécie, é exclusiva da região de antedunas da Praia do Pontal.
Referências:
  1. Guimarães, P.J.F. Tibouchina in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB9877>. Acesso em: 10 Mar. 2015.
  2. Baumgratz, J.F.A.; Santos Filho, L.A.F.; Silva-Gonçalves, K.C. 2014. Melastomataceae. Catálogo das espécies de plantas vasculares e briófitas do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://florariojaneiro.jbrj.gov.br>.

Reprodução:

Detalhes: Coletada em flor nos meses de Maio (C. Angeli 83) e Agosto (F.S. Vianna 789).
Fenologia: flowering (May~May), flowering (Aug~Aug)

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas habitat,occupancy,occurrence past,present regional very high
A intensa expansão imobiliária, propulsionada pelo turismo de veraneio na Região dos Lagos, acarreta em fortes impactos ambientais da vegetação natural da região, diversos loteamentos indiscriminados causam consideráveis danos ambientais, que, além de destruírem a vegetação de Restinga, promovem a contaminação das lagunas costeiras e do lençol freático. Somado a isso, ainda, a ocupação de antigas salinas para empreendimentos imobiliários e a exploração de areia para a construção civil exercem forte pressão em uma região de delicado equilíbrio ecológico (Dantas et al., 2001).
Referências:
  1. Dantas, M.E., Shinzato, E., Medina, A.I.M., Silva, C.R., Pimentel, J., Lumbreras, J.F., Calderano, S.B., Carvalho Filho, A., 2001. Diagnóstico geoambiental do estado do Rio de Janeiro. CPRM, Brasília.